Por David Stanway e Josh Smith
XANGAI/SEUL (Reuters) - A Ásia relatou centenas de novos casos de coronavírus nesta quarta-feira, incluindo o primeiro soldado norte-americano a ser infectado, e os Estados Unidos alertaram para uma pandemia inevitável, enquanto surtos na Itália e no Irã se propagaram para mais países.
As bolsas de valores despencaram em todo o mundo pelo quinto dia, o cotação do ouro voltou a subir, aproximando-se de altas de sete anos, e os rendimentos dos títulos dos EUA se aproximaram de baixas recordes depois que governos e autoridades de saúde alertaram para uma pandemia de coronavírus.
Os mercados de ações globais perderam 3,3 trilhões de dólares nos quatro últimos pregões, como medido pelo índice mundial MSCI, que computa ações de 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Acredita-se que a doença surgiu em um mercado da cidade chinesa de Wuhan que vende animais silvestres no final do ano passado. Ela já infectou cerca de 80 mil pessoas e matou mais de 2.700, a grande maioria na China.
Uma autoridade graduada da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu maiores preparativos para o surto, o que aumentou uma sensação crescente de que uma proliferação rápida do vírus em mais lugares é inevitável.
No Brasil, uma contraprova realizada pelo governo confirmou o primeiro caso do novo coronavírus no país e na América Latina, disse uma fonte nesta quarta-feira, depois de o hospital Albert Einstein ter informado a possível infecção, em São Paulo, de um homem de 61 anos que esteve na Itália. [nL2N2AQ078]
Nos EUA, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também exortou os norte-americanos a se prepararem, dizendo que, embora o risco imediato seja baixo no país, a situação global indica que uma pandemia é provável.
"Não é uma questão de se. É uma questão de quando e quantas pessoas serão infectadas", disse a principal vice-diretora do CDC, Anne Schuchat, na terça-feira. Os EUA relataram 57 casos do vírus.
A OMS diz que o surto teve um pico na China perto de 2 de fevereiro depois que as autoridades isolaram a província de Hubei, que inclui Wuhan, e impuseram outras medidas de contenção.
A Comissão Nacional de Saúde da China relatou outras 406 infecções novas nesta quarta-feira, menos do que as 508 do dia anterior, um número que elevou o total de casos confirmados na China continental a 78.064. O saldo de mortes aumentou em 52 e chegou a 2.715.
Os militares dos EUA disseram que um soldado de 23 baseado em Camp Carroll, que se localiza a cerca de 20 quilômetros de Daegu, se contaminou e cumpre uma quarentena voluntária em casa.
De acordo com uma contagem da Reuters, ocorreram quase 50 mortes fora da China, sendo 11 na Itália e 19 no Irã -- esta última a maior cifra fora do território chinês.
(Por Julie Steenhuysen em Washington, Diane Bartz em Chicago, Gavin Jones, Francesca Piscioneri e Crispian Balmer em Roma, Ryan Woo, Yilei Sun e Lusha Zhang em Pequim, Hyonhee Shin r Josh Smith em Seul; Paresi Hafezi em Dubai, Stephanie Nebehay e Michael Shields em Genebra)