MADRI (Reuters) - Autoridades da Catalunha anunciaram seu novo gabinete nesta sexta-feira, abrindo caminho para que Madri encerre o controle direto sobre a região com a exclusão de quatro indicados sob investigação por seu papel em uma iniciativa separatista.
A notícia coincidiu com a saída do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que perdeu o cargo após ser objeto de uma moção de censura no Parlamento nesta sexta-feira e foi substituído pelo líder socialista Pedro Sánchez.
Na quinta-feira Sánchez disse que, se a moção de censura de seu partido triunfasse, retomaria o diálogo com o governo catalão.
Rajoy impôs o controle direto sobre a região em outubro depois de demitir seu governo em reação a um referendo de independência que os tribunais espanhóis consideraram ilegal.
Sua incapacidade de resolver a crise política causada pelo impasse contribuiu para a insatisfação que vinha despertando, mas a moção – apoiada por partidos catalães pró-independência – foi motivada principalmente por um julgamento de corrupção em andamento há tempos envolvendo membros de seu partido de centro-direita.
Pelos termos do controle, Madri tem obrigação de devolver o poder ao governo da Catalunha assim que este estiver constituído plenamente e os membros de seu gabinete tiverem sido nomeados.
Na primeira lista de gabinete que apresentou em 19 de maio, o líder catalão, Quim Torra, incluiu candidatos ou exilados em consequência da iniciativa secessionista ou sob investigação por seu papel nela.
O governo central da Espanha se recusou a publicar seus nomes no Diário Oficial catalão, na prática impedindo a posse da nova administração regional.
(Por Jesús Aguado)