DUBAI/DOHA (Reuters) - Um alto representante do Emirados Árabes Unidos disse que a realização da Copa do Mundo de 2022 pelo Catar dependeria da rejeição do país ao "extremismo e terrorismo", em comentários que arrastaram o torneio de futebol para o meio de uma disputa diplomática entre monarquias ricas da região.
O Catar, que nega acusações dos Emirados e de outros Estados do Golfo Pérsico de que tenha ligações com militantes extremistas, disse em comunicado à Reuters que a alegação era desesperada e "fraca".
Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Barein cortaram laços diplomáticos, comerciais e de viagem com o Catar em junho, acusando o país de patrocinar militantes islâmicos radicais, uma acusação negada por Doha. Egito, o país árabe mais populoso, também se juntou ao boicote.
Tentativas do Kuweit e dos EUA de tentar aliviar o impasse tiveram pouco progresso, e organizações de imprensa apoiadas por lados opostos desencadearam uma guerra de palavras que têm agravado tensões no Golfo.
"A realização pelo Catar da Copa do Mundo de 2022 deve incluir um repúdio a políticas de apoio ao extremismo e ao terrorismo. Doha precisa rever seu histórico", escreveu no Twitter o ministro de Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash.
"Sediar a Copa do Mundo de 2022 não deve ser manchado pelo apoio a indivíduos extremistas e (organizações)/ figuras terroristas, é necessário que o Catar reavalie suas políticas", acrescentou.
A Copa do Mundo está no centro de uma estratégia cuidadosamente planejada a fim de utilizar o esporte para projetar o Catar globalmente. Até lá, o Catar deve realizar eventos de diferentes esportes buscando melhorar sua infraestrutura e experiência.
"A exigência dos EAU para que o Catar desista da Copa do Mundo mostra que seu bloqueio ilegal é fundamentado em ciúme mesquinho, não em preocupações reais", disse o gabinete de comunicações do governo do Catar.
(Reportagem de Alexander Cornwell e Sylvia Westall)