WASHINGTON (Reuters) - Duas aeronaves chinesas SU-30 realizaram o que militares dos Estados Unidos descreveram como uma interceptação "nem um pouco profissional" de uma aeronave norte-americana concebida para detectar radiação enquanto voava no espaço aéreo internacional sobre o Mar do Leste da China.
"A questão está sendo tratada com a China através dos canais diplomáticos e militares apropriados", disse a tenente-coronel Lori Hodge, porta-voz da Força Aérea dos EUA.
Hodge disse que a caracterização norte-americana do incidente se baseou em relatos iniciais de uma tripulação a bordo da aeronave WC-135 Constant Phoenix "devido a manobras do piloto chinês, além das velocidades e proximidade das duas aeronaves".
"As distâncias sempre têm influência em como caracterizamos interações", explicou Hodge, acrescentando que uma investigação militar dos EUA a respeito da interceptação está em andamento.
Ela disse que o WC-135 realizava uma missão de rotina na ocasião e que operava de acordo com a lei internacional.
Em um comunicado curto, o Ministério da Defesa da China disse que o relato norte-americano "não está de acordo com os fatos".
Segundo o comunicado, o que descreveu como aeronave de vigilância dos EUA conduzia atividades de vigilância sobre o Mar Amarelo, e aeronaves chinesas foram investigar "de acordo com a lei e as regras".
"A ação relevante foi profissional e segura", afirmou.
O ministério acrescentou que navios e aeronaves militares dos EUA que realizam vigilância próxima com frequência são a causa principal dos problemas de segurança entre os dois países no mar e no ar.
"Esperamos que o lado norte-americano pare com as atividades de vigilância relevantes para evitar que este tipo de incidente volte a acontecer".
Falando mais cedo, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, disse: "Esperamos que o lado norte-americano consiga respeitar os temores de segurança sensatos da China".
No dia 8 de fevereiro, um avião espião P-3 da Marinha dos EUA e uma aeronave militar chinesa se aproximaram sobre o Mar do Sul da China, num incidente que a Marinha viu como arriscado, mas também inadvertido.
(Reportagem de Phil Stewart em Washington e Ben Blanchard em Pequim)