Por Catarina Demony
LISBOA (Reuters) - Centenas de ativistas marcharam por algumas das principais ruas de Lisboa, neste sábado, em protesto contra uma conferência de grupos de extrema-direita, organizada pela Nova Ordem Social de Portugal, que atraiu por volta de 65 pessoas de vários localidades da Europa.
A reunião foi realizada em uma sala de conferência no hotel lisboeta Sana, onde a maioria dos assentos estava vazia, sinalizando a falta de popularidade da extrema-direita em Portugal, que é um dos únicos quatro países na Europa sem um partido político de extrema-direita no Parlamento.
Enquanto a conferência acontecia, manifestantes carregando pôsteres antinazistas marchavam em um protesto apoiado por partidos de esquerda, incluindo os comunistas e o Bloco de Esquerda, que apoiam o governo dos socialistas no Parlamento.
“Não deveria ser aceitável, em nosso país, autorizar eventos que possam reunir, de diversos países, movimentos que são xenofóbicos, racistas e abertamente fascistas”, disse à Reuters a parlamentar do Bloco de Esquerda, Isabel Pires.
O governo, liderado pelo primeiro-ministro António Costa, tem sido criticado por organizadores de protestos por permitir a conferência, que reuniu membros de vários grupos europeus, incluindo o alemão Die Rechte e o Partido Nacionalista Francês.
Durant a conferência, Mário Machado, líder da Nova Ordem Social, disse à Reuters: “Não queríamos ficar fora de um movimento internacional acontecendo na Europa.”
Machado foi solto da prisão em 2017 depois de passar uma década atrás das grades por crimes que incluíam discriminação racial e posse de armas ilegais.