Por Luc Cohen e Francisco Aguilar
CARACAS/BARINAS (Reuters) - Várias centenas de manifestantes opositores na Venezuela interromperam o tráfego com uma marcha rumo à sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Caracas nesta quarta-feira para protestar contra a eleição presidencial do próximo final de semana, que dizem que será manipulada.
Como a maior parte da oposição boicotará a votação de domingo e dois de seus líderes mais populares estão proibidos de concorrer, o presidente de esquerda Nicolás Maduro deve se reeleger, apesar da crise econômica avassaladora do país.
A marcha desta quarta-feira, muito aquém dos meses de protestos em massa que atraíram centenas de milhares às ruas no ano passado, foi liderada por um grupo opositor recém-criado chamado Frente Ampla, que defende a abstenção.
"Não votarei porque está tudo manipulado de antemão", disse Nancy Forrero, engenheira de 54 anos de uma petroleira privada.
"Isto é uma ditadura", acrescentou ela, cujo filho se mudou para Buenos Aires.
Dezenas de milhares de venezuelanos trocaram sua pátria por outras da América do Sul, um êxodo crescente de imigrantes em fuga da inflação alta e da escassez de alimentos.
Bradando slogans anti-Maduro e acenando com bandeiras dos partidos de oposição militantes Primeiro Justiça e Vontade Popular, os manifestantes planejavam deixar uma carta no escritório da OEA.
"Queremos eleições livres, transparentes, verdadeiras, não o que acontecerá no domingo, uma farsa", disse o economista Ivan Lopez, de 65 anos.