BOGOTÁ (Reuters) - Uma grande central sindical da Colômbia que está apoiando uma terceira greve nacional em três semanas em oposição às políticas sociais e econômicas do presidente Iván Duque rejeitou nesta terça-feira um apelo para suspender o protesto e exigiu um diálogo direto com o governo.
Centenas de milhares de colombianos participaram dos protestos nas últimas duas semanas, ameaçando a proposta de reforma tributária do governo e levando Duque a anunciar um "grande diálogo nacional" sobre questões sociais.
Na segunda-feira, o governo pediu aos sindicatos e organizações estudantis que compõem o Comitê Nacional de Greve que cancelem o protesto de quarta-feira e concordem com um diálogo paralelo com o governo.
Mas o chefe da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) não se comoveu com o apelo.
"A greve não será revertida. Não concordamos com as condições que o governo está propondo, mas estamos dispostos a dialogar e explorar todas possibilidades", disse Diogenes Orjuela à Reuters por telefone.
"Não suspenderemos a greve. A ordem de entrar em greve amanhã, quarta-feira, 4 de dezembro, está mantida", disse Orjuela antes de participar de uma reunião entre o comitê e o governo.
A CUT tem mais de 500 mil filiados e é a maior central sindical do país.
Entre as 13 exigências que o comitê fez ao governo estão a rejeição de um aumento da idade de aposentadoria e um corte no salário mínimo dos jovens --ambas políticas que Duque afirma nunca ter apoiado.
O comitê, que convocou a greve original em 21 de novembro, exigiu que o governo só se reúna com ele, ao invés de incluir grupos do empresariado e outros nas conversas.
(Por Luis Jaime Acosta)