BANGUI (Reuters) - Centro-africanos votaram neste domingo em uma eleição destinada a restabelecer o regime democrático e a virar a página de anos de derramamento de sangue, que já matou milhares de pessoas e dividiu a nação pobre em linhas religiosas e étnicas.
Um dos países mais cronicamente instáveis do mundo, a República Centro-Africana foi lançada na pior crise de sua história no início de 2013, quando os combatentes Seleka, de maioria muçulmana, derrubaram o presidente François Bozize.
Milícias cristãs responderam aos abusos do Seleka atacando a comunidade muçulmana, que é minoria no país. Um em cinco centro-africanos fugiu, tanto internamente quanto para fora do país, para escapar da violência.
Dois ex-primeiro ministros, Faustin-Archange Touadera e Anicet-Georges Dologuele, contestavam um segundo turno presidencial que irá determinar quem terá o enorme desafio de restabelecer a paz e reunificar a nação.
Touadera retrata a si mesmo como um robusto anti-corrupção, enquanto Dologuele promete reavivar a economia e atrair investidores, hesitantes até agora, para explorar significativos depósitos de ouro, diamantes e urânio.
As autoridades também estavam tentando executar uma primeira rodada de eleições legislativas que foram canceladas por conta de irregularidades.
No bairro PK5, de Bangui, principal enclave muçulmano da capital depois de uma campanha de limpeza étnica, alguns eleitores chegaram antes do amanhecer para a fila no principal centro de votação.