ROMA (Reuters) - O Partido Democrático (PD) da Itália, de centro-esquerda, e seus aliados mantiveram o controle da rica região da Emilia-Romagna, no norte do país, e vislumbram uma possível zebra na vizinha Úmbria, segundo os resultados das eleições locais divulgados nesta segunda-feira.
Enquanto se esperava que a esquerda vencesse na Emilia-Romagna, uma região que governa desde a Segunda Guerra Mundial, pesquisas de opinião haviam sugerido que o campo conservador da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, permaneceria no comando da Úmbria.
Uma contagem rápida na Emilia-Romagna, berço da Ferrari e do queijo parmesão, deu ao candidato do PD, Michele De Pascale, uma vantagem inalcançável de 56% a 41% sobre o candidato de centro-direita.
Na Úmbria, uma pequena região sem litoral ao norte de Roma, Stefania Proietti, de centro-esquerda, prefeita da cidade de Assis, estava marginalmente à frente da governadora em exercício, Donatella Tesei, membro do partido anti-imigração Liga, do vice-premiê Matteo Salvini.
O bloco de Meloni atualmente controla 14 das 20 regiões da Itália e garantiu várias vitórias desde que assumiu o cargo em 2022, perdendo para a oposição de centro-esquerda apenas em uma disputa acirrada na ilha da Sardenha em fevereiro.
Também manteve uma sólida liderança nas pesquisas de opinião nacionais desde que venceu a eleição parlamentar de 2022 à frente de uma coalizão, com seu partido Irmãos da Itália como o grupo mais popular do país, seguido pelo PD.
Liderado por Elly Schlein, o PD conseguiu reforçar sua própria base de apoiadores, mas não conseguiu forjar alianças eficazes com outros partidos da oposição, especialmente o rebelde Movimento 5 Estrelas, dividido em furiosas fricções internas.
Destacando suas fraquezas internas, o bloco de centro-esquerda não conseguiu retomar o controle da região noroeste da Ligúria no mês passado, embora a administração governista de centro-direita estivesse envolvida em um escândalo de corrupção.
As duas últimas eleições regionais ocorreram apenas uma semana após os violentos protestos em Bolonha, capital da Emilia-Romagna, onde manifestantes de extrema-direita enfrentaram grupos antifascistas no centro da cidade.
O prefeito de esquerda de Bolonha acusou o governo de Meloni de enviar bandidos de direita para sua cidade, enquanto Salvini chamou os manifestantes de esquerda de "insetos comunistas" -- um insulto usado na década de 1970 pelos neofascistas italianos.
(Reportagem de Crispian Balmer)