Por Elaine Lies
TÓQUIO (Reuters) - Exatamente cinco anos antes da abertura dos Jogos Olímpicos de 2020, centenas de pessoas se reuniram em uma praça no centro de Tóquio nesta sexta-feira, agitando bandeiras e aplaudindo os organizadores do evento, que se comprometeram a superar uma longa sequência de problemas e garantir um sucesso retumbante.
A surpreendente decisão do primeiro-ministro Shinzo Abe, na semana passada, de voltar à etapa inicial nos planos de construção do novo Estádio Nacional, peça central da competição, em face da crescente indignação com o aumento de custos, foi a mais recente de uma série de promessas não cumpridas relacionadas com os Jogos, cuja realização foi conquistada por Tóquio amplamente por causa de suas proezas organizacionais e reputação de eficiência.
A decisão sobre o estádio, que também seria usado na Copa do Mundo de rúgbi de 2019, corre o risco de abalar a imagem do Japão aos olhos do mundo esportivo e pode afastá-lo no futuro de outros eventos no âmbito do esporte. Mas os organizadores minimizaram esses problemas no evento desta sexta-feira, dizendo às centenas de pessoas que lotaram a praça diante do edifício futurista do governo de Tóquio que tudo pode ser superado.
"Tem havido muitos problemas até agora, incluindo o estádio, e sem dúvida haverá ainda mais", disse o governador de Tóquio, Yoichi Masuzoe, enquanto as pessoas esperavam a divulgação do emblema dos Jogos. "Mas eu acredito firmemente que, se trabalharmos juntos, seremos capazes de superar tudo."
O estádio deverá sediar eventos de atletismo, bem como a cerimônia de abertura em 24 de julho de 2020. Autoridades disseram que o projeto original para o estádio, de Zaha Hadid, arquiteta que tem escritório na Grã-Bretanha, ajudou-os a ganhar os Jogos em 2013.
No entanto, com a escalada nos custos, estimados em 2,1 bilhões de dólares, quase o dobro do esperado, e um design futurista ridicularizado por parecer um capacete de bicicleta, as autoridades recuaram, já que o país ainda está arcando com a recuperação depois do terremoto de março 2011, seguido de um tsunami, que deixou cerca de 20.000 mortos.