HAVANA (Reuters) - A chanceler colombiana, María Ángela Holguín, passou a fazer parte das negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Cuba nesta sexta-feira, um gesto que, segundo o grupo rebelde, poderia agilizar o processo de paz, que tem tido altos e baixos devido ao agravamento do conflito armado.
Holguín e o empresário colombiano Gonzalo Restrepo chegaram a Havana ao meio-dia para reforçar a equipe do governo nas conversas com as Farc, um novo esforço para pôr fim a mais de meio século de guerra no país.
"Neste gesto e nos reforços oficiais para a mesa, lemos um compromisso maior do presidente (colombiano, Juan Manuel Santos) com a busca de um entendimento", disse o guerrilheiro Iván Márquez ao ler uma mensagem de Timoleón Jiménez, comandante do Estado Maior Central das Farc.
"Seu peso e hierarquia contribuirão para superar muitas ressalvas", afirmou.
A chegada dos novos integrantes da equipe de governo, encabeçada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, acontece em um momento de grande tensão entre as partes em virtude do recrudecimento do conflito armado, que deixou 40 guerrilheiros mortos nas últimas semanas após vários bombardeios do Exército aos acampamentos rebeldes.
"Acreditamos que a experiência diplomática da chanceler Holguín pode incorporar a dose de tranquilidade necessária. Bem-vinda", acrescentou o texto.
Os bombardeios são um dos piores golpes sofridos pelo grupo rebelde desde que começaram os diálogos de paz em novembro de 2012 em Cuba, fato que levou a guerrilha a suspender seu cessar-fogo unilateral declarado em dezembro último.
(Por Nelson Acosta)