DUBAI (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores do Irã pediu aos Estados Unidos que ajam rapidamente para retornar ao acordo nuclear, apontando que um projeto aprovado pelo parlamento força o governo a endurecer sua posição nuclear se as sanções norte-americanas sobre o país não forem amenizadas até 21 de fevereiro.
O chanceler Mohammad Javad Zarif também se referiu às eleições no Irã em junho. Se um presidente linha-dura for eleito, isso poderia ameaçar ainda mais um acordo, segundo ele.
“O tempo está se esgotando para os americanos, tanto por causa do projeto de lei do parlamento quanto pela atmosfera eleitoral que se seguirá ao Ano Novo iraniano”, disse Zarif em uma entrevista ao jornal Hamshahri publicada neste sábado. O novo ano do Irã começa em 21 de março.
O parlamento, dominado por políticos linha-dura, aprovou em dezembro um projeto que estabelece prazo de dois meses para o relaxamento das sanções.
O governo do presidente norte-americano Joe Biden está explorando maneiras de restaurar o acordo nuclear de 2015 que o Irã assinou com grandes potências mundiais, mas que foi abandonado em 2018 pelo ex-presidente Donald Trump, que restaurou sanções contra o país.
O Irã retaliou violando os termos do acordo, em uma resposta gradual. No mês passado, o país voltou a enriquecer urânio para 20% - nível que alcançava antes do acordo.
Biden disse que se Teerã voltar a cumprir estritamente o pacto, Washington seguirá o exemplo e usará isso como um trampolim para um acordo mais amplo que pode restringir o desenvolvimento de mísseis do Irã e suas atividades na região.
O govenro iraniano insistiu que os EUA reduzam as sanções antes de retomar sua conformidade com o acordo nuclear e descartou negociações sobre questões de segurança mais amplas.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, discutiu o Irã na sexta-feira em uma reunião virtual com secretários de Estado do Reino Unido, França e Alemanha, com o grupo ponderando sobre como reatar o acordo.
“Quanto mais a América procrastina, mais perderá ... parecerá que a administração de Biden não quer se livrar do legado fracassado de Trump”, disse Zarif na entrevista.
“Não precisamos voltar para a mesa de negociações. É a América que tem que encontrar uma passagem para vir à mesa ”, acrescentou.
Na segunda-feira, Zarif sugeriu uma maneira de resolver um impasse atual sobre qual lado deveria se mover primeiro, ao afirmar que as ações poderiam ser sincronizadas.
(Por Redação Dubai)