GENEBRA (Reuters) - O chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, expressou confiança nesta segunda-feira de que um acordo mediado pela ONU para permitir exportações de grãos ucranianos do Mar Negro possa ser estendido e até expandido, apesar dos aparentes ataques de vingança da Rússia em Kiev.
O acordo fechado em julho permitiu a exportação de mais de 6 milhões de toneladas de grãos e outros alimentos e pode expirar no próximo mês.
Griffiths e a oficial de comércio da ONU, Rebeca Grynspan, devem viajar a Moscou este mês para discutir o acordo com autoridades russas.
"Nossa visão na ONU é que, claro, devemos buscar sua renovação, e estou razoavelmente confiante de que o veremos (renovado), mas também que precisa ir além de um ciclo de quatro meses. Precisamos que seja renovado por um ano", disse Griffiths em uma coletiva de imprensa em Genebra respondendo a uma pergunta sobre o impacto da última escalada da guerra que já dura mais de sete meses.
Griffiths acrescentou que os funcionários da ONU estão trabalhando "profunda e intensamente" para ampliá-lo e expandi-lo, para possivelmente incluir mais fertilizantes e capacidade adicional.
O acordo de julho incluía amônia, um ingrediente chave do fertilizante nitrogenado. Um duto que transportava amônia da região russa do Volga para o porto ucraniano de Pivdennyi (Yuzhny) no Mar Negro foi fechado quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e as autoridades estão tentando negociar uma retomada.
"A distribuição de amônia para o mundo é a maior prioridade", disse ele, acrescentando que os agricultores precisam saber em breve sobre a disponibilidade a tempo da colheita do próximo ano.
(Por Emma Farge)