GENEBRA (Reuters) - O direito de criticar as políticas públicas na Rússia, particularmente sua invasão da Ucrânia, está sendo cerceado, com cerca de 12.700 pessoas detidas ilegalmente em protestos contra a guerra, disse a principal autoridade de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, nesta terça-feira.
"Continuo preocupada com o uso de legislação repressiva que impede o exercício dos direitos civis e políticos e criminaliza o comportamento não violento", disse Bachelet ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, falando por mensagem de vídeo.
Ela disse que "definições vagas e excessivamente amplas" de extremismo e incitação ao ódio na Rússia haviam levado a interpretações judiciais que não estavam de acordo com as obrigações do país em matéria de direitos humanos.
"Uma nova legislação que criminaliza as circunstâncias de 'desacreditar' as Forças Armadas segue por este mesmo caminho", acrescentou.
(Reportagem de Stephanie Nebehay)