Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A China espera uma visita da alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, neste ano, o que incluirá a região de Xinjiang, disse o embaixador chinês em Genebra nesta quarta-feira.
Especialistas da ONU e ativistas dizem que ao menos 1 milhão de uigures étnicos e outros muçulmanos estão sendo mantidos em centros de detenção de Xinjiang. A China os descreve como centros de treinamento que ajudam a acabar com o terrorismo e o extremismo e dar novas habilidades às pessoas.
O porta-voz de Bachelet, Rupert Colville, não comentou de imediato, mas ativistas disseram que qualquer visita teria que ser independente e crível, contando com acesso pleno.
Chen Xu, embaixador chinês na ONU em Genebra, disse ao Conselho de Direitos Humanos da entidade que suas medidas de "desradicalização" levaram a uma "melhora acentuada na segurança e na melhor proteção de todos os grupos étnicos de Xinjiang", onde não houve "sequer um ataque terrorista" em três anos.
Os "trainees" que se formam em seus centros de treinamento vocacional encontraram empregos estáveis e foram reintegrados à sociedade, disse Chen. A China rejeitou "alegações infundadas" de alguns países sobre a questão de Xinjiang, acrescentou.
"Estamos ansiando pela visita da alta comissária, senhora Bachelet, à China, inclusive a Xinjiang, neste ano, e estamos trabalhando estreitamente com seu escritório nos arranjos detalhados de sua visita", disse Chen.
Na sessão do conselho, em junho, Chen disse que esperava que ela fizesse a visita, mas as negociações empacaram.