Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A principal autoridade de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao Irã nesta quarta-feira para libertar um líder espiritual condenado à morte no final de semana e pôr fim à prática "problemática" de execuções.
O histórico do país em relação aos direitos humanos é alvo de um escrutínio internacional crescente desde o acordo nuclear firmado no mês passado com potências mundiais, que suspenderá sanções econômicas que prejudicam Teerã em troca da contenção de seu polêmico programa nuclear.
Estima-se que o Irã tenha executado mais de 600 prisioneiros até agora este ano, enquanto as negociações nucleares estavam em curso, depois de ter executado pelo menos 753 pessoas no ano passado, segundo um comunicado do Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al-Hussein.
Ele afirmou que a a República Islâmica realizou muitas execuções por delitos ligados às drogas, algumas por crimes cometidos por menores de idade e ainda por casos com "acusações amplas, mal definidas".
Mohammad Ali Taheri, escritor e fundador do movimento espiritual Erfan e-Halgheh (Inter-Universalismo), foi preso em 2011 e recebeu cinco anos de prisão acusado de insultar o decoro islâmico. Sua esposa foi detida brevemente no ano passado após a publicação de uma carta de seu marido a um investigador da ONU a respeito de abusos nas prisões iranianas, e em seguida lhe foram imputadas novas acusações.
Taheri, que está na prisão de Evin, em Teerã, foi sentenciado à pena capital pelo Tribunal Revolucionário no sábado pela acusação de "fesad fel arz" (corrupção na terra), disse Zeid.