LONDRES (Reuters) - O diretor do centro de pesquisa militar do Reino Unido disse nesta terça-feira que ainda não pode dizer se o agente nervoso de grau militar que envenenou um agente duplo russo no mês passado foi produzido na Rússia.
"Conseguimos identificá-lo como Novichok, identificar que era um agente nervoso de grau militar", disse Gary Aitkenhead, executivo-chefe do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa de Porton Down, na Inglaterra, à rede Sky News.
"Não identificamos a fonte precisa, mas fornecemos informações científicas ao governo, que depois usou uma série de outras fontes para montar as conclusões a que vocês chegaram".
Mas ele confirmou que a substância exige "métodos extremamente sofisticados para ser criada, algo só ao alcance de um ator estatal".
"Continuamos trabalhando para ajudar a fornecer informações adicionais que possam nos ajudar a chegar mais perto (da fonte), mas ainda não fomos capazes de fazê-lo".
Moscou negou estar por trás do ataque contra Sergei Skripal e sua filha em Salisbury, cidade do sul inglês, no dia 4 de março.
Após o primeiro caso conhecido de uso ofensivo de um agente nervoso de grau militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido culpou o presidente russo, Vladimir Putin, pela tentativa de assassinato, e vários países ocidentais expulsaram cerca de 130 diplomatas russos.
Armin Laschet, aliado conservador da chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o comentário provocou dúvidas sobre o ímpeto britânico de persuadir aliados a expulsarem diplomatas russos.
"Se alguém força quase todos os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a serem solidários, não deveria ter certos indícios?", questionou.
(Por Andy Bruce)