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Chile recorda 50 anos do golpe militar de Pinochet

Publicado 11.09.2023, 10:39
Atualizado 11.09.2023, 20:45
© Reuters. Mulher vestida de preto segura sinal luminoso com o número 50 em torno do palácio presidencial de La Moneda, em Santiago, no Chile
11/09/2023 REUTERS/Carlos Barria

Por Natalia A. Ramos Miranda

SANTIAGO (Reuters) - O Chile recordou nesta segunda-feira os 50 anos do golpe de Estado violento liderado por Augusto Pinochet contra o presidente socialista Salvador Allende que deu início a duas décadas de ditadura militar no país, deixando milhares de mortos e semeando um modelo econômico liderado pelo mercado.

O golpe de 1973, no qual tanques percorreram as ruas e aviões Hawker Hunter bombardearam o palácio presidencial de La Moneda, repercutiu em todo o mundo, marcando o início de uma das mais brutais ditaduras de direita aliadas aos Estados Unidos que governaram grande parte da América do Sul até a década de 1980, levando a prisões em massa, tortura e desaparecimentos.

Pouco antes do meio-dia, um minuto de silêncio lembrou o episódio.

O presidente progressista Gabriel Boric, admirador declarado do presidente deposto, liderou o evento oficial do qual participaram políticos, convidados internacionais, grupos de familiares de vítimas da ditadura e artistas.

Entre eles o presidente mexicano Andrés López Obrador, o colombiano Gustavo Petro e o uruguaio Luis Lacalle; o primeiro-ministro português António Costa e o conselheiro especial do Presidente dos Estados Unidos para as Américas, Christopher John Dodd, entre outros.

“Recordamos uma data que é dolorosa e que, sem dúvida, é um ponto de virada na nossa história”, disse Boric, o primeiro presidente chileno ainda não nascido em 1973.

"Hoje recordamos aqueles que defenderam a Constituição e as leis, quando há 50 anos o Estado de Direito era esmagado", acrescentou, enfatizando que "não se pode separar o golpe de Estado do que veio depois; desde o momento do golpe se violaram os direitos humanos".

Mas, passado meio século, o Chile está fortemente polarizado. Vítimas do regime militar e suas famílias têm intensificado o esforço em prol da justiça e da responsabilização, mas politicamente a extrema-direita tem ganhado terreno em meio aos receios crescentes pelo aumento da criminalidade. Boric está sob pressão.

"Algumas pessoas não sabem nada sobre o que aconteceu e não estão interessadas, outras estão cansadas porque... mesmo depois de 50 anos, muitas pessoas ainda não sabem o que aconteceu com seus parentes desaparecidos", disse Elvira Cádiz, que tinha seis anos em 1973.

“E enquanto isso não mudar, continuará a doer e a dividir.”

© Reuters. Mulher vestida de preto segura sinal luminoso com o número 50 em torno do palácio presidencial de La Moneda, em Santiago, no Chile
11/09/2023 REUTERS/Carlos Barria

Ela se lembra dos vizinhos fazendo fila nas ruas e das tropas verificando casa por casa no bairro operário de Estación Central, na capital Santiago, onde ela ainda mora.

Segundo diversas comissões chilenas de direitos humanos, há 40.175 vítimas da ditadura, classificadas como executadas politicamente, desaparecidas, presas e torturadas durante o regime militar. O regime também enviou milhares de pessoas para o exílio.

O governo de Pinochet terminou em 1990, depois que a maioria dos chilenos votou pela democracia em um referendo. Ele passou anos lutando contra acusações de violação dos direitos humanos, embora nunca tenha sido condenado por nenhum crime, e morreu em 2006. Mas muitos oficiais militares e ex-membros da sua polícia secreta foram condenados por tortura, sequestro e assassinato.

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