Por Aislinn Laing
SANTIAGO (Reuters) - Um grupo de chilenos que afirma ter sofrido ferimentos nos olhos em confrontos com as forças de segurança reuniu-se diante do palácio presidencial nesta quinta-feira para pedir ao presidente Sebastian Piñera que "assuma a responsabilidade" por violações de direitos humanos durante os protestos.
A coordenadora do grupo, Marta Valdes Recabarren, cujo filho de 17 anos Edgardo perdeu parcialmente a visão no olho esquerdo depois que um cartucho de gás lacrimogêneo o atingiu durante um protesto em 18 de outubro, disse que os atos do lado de fora do La Moneda continuarão até Piñera "assumir responsabilidade pela repressão do povo chileno".
"Não podemos voltar à impunidade de 1973", afirmou ela, referindo-se ao ano em que o general Augusto Pinochet liderou um golpe no Chile. "Isso não deve acontecer no Chile em 2019."
Há mais de cinco semanas protestos pacíficos e tumultos violentos ocorrem em todo o Chile devido a baixos salários, alto custo de vida e desigualdade persistente.
Pelo menos 26 pessoas morreram, mais de 13.000 ficaram feridas e 25.000 foram detidas em meio a manifestações, saques e ataques criminosos a supermercados, estações de metrô, hotéis e igrejas.
A Sociedade Oftalmológica Chilena disse que 221 pessoas sofreram ferimento grave nos olhos durante as manifestações, principalmente devido a balas de borracha da polícia.
Piñera prometeu que qualquer violação dos direitos humanos pelas forças de segurança será investigada. Mas ele também endureceu o tom contra os que estão por trás dos frequentes surtos de violência.
Na quinta-feira, ele disse que a polícia estava enfrentando um "inimigo poderoso e implacável... trabalhando com planejamento profissional”.