Por Michelle Nichols
NOVA YORK (Reuters) - A China acusou os Estados Unidos nesta sexta-feira de "fabricar mentiras" e tentar levar o mundo de volta à "era selvagem", depois que Washington culpou Pequim e agências da ONU pelo "assassinato de milhões de meninas".
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) disse lamentar as acusações da secretária de Educação dos EUA, Betsy DeVos, que foram feitas numa assembleia geral das Nações Unidas na quinta-feira, no aniversário de uma conferência feminina histórica em 1995.
A diretora executiva do UNFPA, Natalia Kanem, afirmou a repórteres que qualquer coerção às mulheres vai "contra nossa prática e política".
"Atribuímos a mais alta prioridade à saúde sexual e reprodutiva voluntária, direitos e procedimentos", disse ela. "Solicitamos revisões, no caso do UNFPA, de nossa prática e procedimentos no país da China e, nos últimos quatro anos, os Estados Unidos não visitaram nossos programas."
O governo do presidente norte-americano, Donald Trump, cortou o financiamento em 2017 para o UNFPA, dizendo que este "apoia ... um programa de aborto coercitivo ou esterilização involuntária". A ONU afirmou que essa é uma percepção incorreta.
DeVos e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusaram a China de submeter os uigures e outras minorias ao aborto forçado, esterilização forçada e implantação involuntária de dispositivos anticoncepcionais. Um porta-voz da missão chinesa na ONU disse que as declarações são "pura fabricação".
"Alguns políticos americanos mentem e trapaceiam como hábito", declarou o porta-voz. "Eles criam confrontos políticos maliciosos e minam a cooperação multilateral. Os EUA, indo contra a tendência da época, estão se tornando o maior destruidor da ordem internacional e tentando todos os meios para levar o mundo de volta à 'era selvagem'."