China busca reforçar imagem de parceiro confiável com visitas de monarcas estrangeiros

Publicado 14.11.2025, 12:38
Atualizado 14.11.2025, 12:42
© Reuters.

Por Liz Lee

PEQUIM (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, estendeu nesta sexta-feira o tapete vermelho para o primeiro monarca da Tailândia a visitar a China desde que os laços foram estabelecidos há 50 anos, aproveitando a oportunidade para retratar sua nação como um vizinho benevolente e parceiro econômico confiável.

A chegada do rei Maha Vajiralongkorn e da rainha Suthida, da Tailândia, e a visita no início desta semana do rei Felipe 6º e da rainha Letizia, da Espanha, foram descritas pela mídia chinesa como o resultado de uma coexistência amigável e um sinal para outras nações de que a China é confiável, além de representar um forte contraste com o desconforto econômico desencadeado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aumentos acentuados de tarifas comerciais neste ano.

Os laços bilaterais evoluíram significativamente desde que a Tailândia, firmemente alinhada com os Estados Unidos contra o comunismo durante a Guerra Fria, viu a China como uma ameaça. Vajiralongkorn viajou para a China uma vez em 1987 como príncipe herdeiro, enviado por seu pai, que nunca visitou o país apesar dos convites de Pequim.

Desde a década de 1980, o relacionamento entre os dois países tem se fortalecido, ancorado por laços profundos de comércio e investimento. A China é uma das principais fontes de visitantes para o setor de turismo vital da Tailândia e um grande investidor em indústrias como a automobilística. A Tailândia comprou US$80 bilhões em produtos da China no ano passado.

Xi disse a Vajiralongkorn em uma reunião que a China está pronta para fortalecer a coordenação estratégica e aumentar a cooperação em grandes projetos, incluindo uma ferrovia que conecta os países, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Xi também abordou o tema do comércio, especialmente com relação ao aumento das exportações agrícolas tailandesas para a China.

Em um editorial, a Xinhua retratou o comércio histórico e as trocas com a Tailândia de milhares de anos atrás como uma base sobre a qual os futuros laços bilaterais devem ser construídos.

"Antes da entrada em larga escala dos colonizadores ocidentais, a maior parte do comércio exterior da Tailândia era vendida para a China", disse a Xinhua na quinta-feira, listando o arroz, as especiarias e o minério de estanho tailandeses trocados por porcelana, seda, chá e utensílios de ferro chineses.

Alguns anos antes do estabelecimento de laços diplomáticos, a Tailândia também enviou jogadores de tênis de mesa para um campeonato na China e Pequim forneceu petróleo bruto em 1974 para ajudar Bangcoc a superar as dificuldades econômicas, disse a Xinhua.

"A visita dá à China a chance não apenas de reafirmar sua proximidade com o reino (tailandês), mas também de sinalizar sua contínua relevância regional em um momento em que a influência dos EUA está visivelmente recuando", disse Juliette Loesch, pesquisadora da Inalco, sediada em Paris.

"Isso ocorre apenas duas semanas após a breve passagem de Donald Trump pela Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), onde o único resultado visível de sua visita foi seu papel na supervisão da assinatura da declaração de paz de curta duração entre a Tailândia e o Camboja. Em contrapartida, a China anunciou o aprofundamento de seu acordo de livre comércio com a Asean."

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