PEQUIM (Reuters) - A China disse nesta quarta-feira que "registrou representações solenes" com os Estados Unidos e o Japão por causa de um comunicado de autoridades de alto escalão dos dois países que expressou preocupação com o comportamento de Pequim em Hong Kong, Xinjiang e no Mar do Sul da China.
O comunicado conjunto do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, do secretário da Defesa, Lloyd Austin, e de suas contrapartes japonesas classificou o comportamento chinês como incompatível com a ordem internacional.
Mas o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, disse que tópicos como Hong Kong e Xinjiang não estarão fora da pauta quando autoridades graduadas dos EUA e da China se reunirem no final desta semana no Alasca, as primeiras conversas de alto nível desde que o presidente norte-americano, Joe Biden, tomou posse.
"Nunca dissemos que durante o diálogo não podemos mencionar as questões de Hong Kong e Xinjiang. Manifestaremos nossa posição ao lado norte-americano", disse Zhao em uma entrevista coletiva diária de rotina, mas acrescentando que tal pressão dos EUA antes das conversas é inaceitável.
"Aceitar o convite dos EUA demonstra nossa boa vontade e sinceridade", disse.
Mas Zhao atacou o comunicado de EUA e Japão, que reiterou a oposição de ambos às reivindicações chinesas "ilegais" ao Mar do Sul da China.
"O comunicado conjunto de EUA e Japão é um ataque mal intencionado à política externa da China e interfere grosseiramente nos assuntos internos da China na tentativa de prejudicar o interesse da China", disse ele, classificando o Japão como "um vassalo estratégico" dos EUA e afirmando a "soberania inquestionável (da China) sobre o Mar do Sul da China e as águas adjacentes".
(Por Cate Cadell)