Por Michael Martina
PEQUIM (Reuters) - A China valoriza os "esforços importantes" feitos pela Coreia do Norte para amenizar a tensão na península coreana, disse Wang Yi, o principal diplomata chinês, ao ministro das Relações Exteriores norte-coreano nesta terça-feira, horas depois de pedir que todos os lados continuem conversando.
Historicamente a China sempre foi a aliada mais próxima da Coreia do Norte, mas os laços foram afetados pela busca de armas e mísseis nucleares levada a cabo pelo líder do regime, Kim Jong Un, e pelo apoio de Pequim a sanções rigorosas da Organização das Nações Unidas (ONU) em resposta.
Mas no final de março Pequim prometeu manter sua amizade com Pyongyang, e durante uma reunião de Kim com o presidente chinês, Xi Jinping, obteve deste a promessa de desnuclearizar a península.
A chancelaria chinesa avisou com poucas horas de antecedência que o Conselheiro de Estado e chanceler Wang se reuniria com seu colega norte-coreano, Ri Yong Ho.
Wang disse a Ri que Xi e Kim chegaram a um consenso importante para se obter uma resolução pacífica para a questão nuclear da península durante a visita de Kim a Pequim, sua primeira viagem conhecida ao exterior desde que tomou posse em 2011.
"A China valoriza a tomada de posição da Coreia do Norte rumo à desnuclearização da península e seus esforços importantes para amenizar a situação na península, e apoia encontros entre os líderes do Norte e do (Coreia do) Sul e entre o Norte e os Estados Unidos", disse Wang, segundo um comunicado da chancelaria chinesa.
Segundo a pasta, Ri disse que a Coreia do Norte "manterá comunicações estratégicas contínuas" com a China nos assuntos relativos à península e que a reunião entre Kim e Xi foi um "evento importante" no desenvolvimento das relações bilaterais.
A agência estatal de notícias norte-coreana KCNA informou que uma delegação chefiada por Ri partiu nesta terça-feira para se reunir com outros chanceleres no Azerbaijão e para visitar a Rússia, mas não mencionou a China.
Mais cedo, durante uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler suíço em visita, Ignazio Cassis, Wang disse que espera que uma reunião planejada entre Kim e o presidente dos EUA, Donald Trump, para maio "amplie o entendimento mútuo".