PEQUIM (Reuters) - A China lançou seu segundo laboratório espacial experimental, parte de um plano mais amplo para ter uma estação orbital permanente em funcionamento aproximadamente em 2022.
Obter progressos no programa espacial chinês é uma prioridade para Pequim, e o presidente Xi Jinping vem clamando para que o país se estabeleça como uma potência espacial. Para além de suas ambições civis, os chineses também vêm testando mísseis antissatélite.
A China insiste que seu programa espacial tem fins pacíficos, mas o Departamento de Defesa dos Estados Unidos ressaltou as habilidades crescentes chinesas nessa área, dizendo que o país asiático está desenvolvendo atividades cuja meta é evitar que adversários usem recursos localizados no espaço em uma crise.
Em uma missão espacial tripulada de 2013, três astronautas chineses passaram 15 dias em órbita e atracaram com um laboratório espacial experimental, o Tiangong 1, ou "Palácio Celestial".
Seu sucessor, o Tiangong 2, decolou com um foguete pouco depois das 22h locais na quinta-feira da plataforma de lançamento remota de Jiuquan, no deserto de Gobi, como mostraram imagens transmitidas pela televisão estatal.
A espaçonave Shenzhou 11, que irá levar dois astronautas e atracar com o Tiangong 2, será lançada em algum momento do mês que vem.
Os astronautas devem permanecer no Tiangong 2 durante cerca de um mês, testando sistemas e processos para estadias de média duração no espaço e reabastecimento e realizando experimentos médicos, entre outros.
O lançamento bem-sucedido representa um arremate de alta tecnologia à comemoração de uma semana do Dia Nacional da China, que começa em 1o de outubro, além do Festival do Meio do Outono, feriado mais curto desta semana que coincide com a lua cheia.
A China deve começar a construir sua estação espacial já no começo do ano que vem, disse Zhou Jianping, engenheiro-chefe do programa de voos tripulados, segundo a agência de notícias Xinhua.
A estação será mais economicamente eficiente do que a Estação Espacial Internacional e irá usar "mais dados", disse ele.
"Assim que a missão do laboratório chegar ao fim, a China irá começar a construir nossa própria estação espacial", afirmou Zhou.
Pequim irá lançar um "módulo central" para a estação em algum momento de 2018, disse uma autoridade de alto escalão em abril, parte de um plano para uma estação orbital permanente e tripulada em funcionamento aproximadamente em 2022.
(Por Ben Blanchard em Pequim e John Ruwitch em Xangai)