PEQUIM (Reuters) - Autoridades chinesas de alto escalão elogiaram a ideologia política apresentada pelo presidente Xi Jinping no Congresso do Partido Comunista, em um sinal de que ele pode consolidar seu poder e de que seu posicionamento pode ser incorporado à Constituição partidária.
Xi abriu na quarta-feira o Congresso, que ocorre duas vezes por década, com um discurso no qual prometeu construir um "país de sociedade moderna" para uma "nova era", e delineou uma visão para uma China mais próspera.
Um indicativo de sua posição será ele ter ou não seu nome coroado na Constituição durante o Congresso, uma inclusão que assinalaria sua elevação ao nível de líderes anteriores, exemplificada pelo Pensamento de Mao Tsé-Tung e a Teoria de Deng Xiaoping.
Zhang Dejiang, Yu Zhengsheng e Liu Yunshan, todos funcionários partidários que integram o Comitê Permanente do Politburo de sete membros, órgão de elite e ápice do poder político na China que é comandado por Xi, louvaram o "Pensamento de Xi Jinping Sobre o Socialismo Com Características Chinesas Para Uma Nova Era", de acordo com a agência estatal de notícias Xinhua.
"O Pensamento é o maior destaque do 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China e uma contribuição histórica ao desenvolvimento do partido", disse Zhang em uma comissão do Congresso na quarta-feira, segundo a Xinhua.
Em outras comissões, Yu o classificou com uma peça importante do "sistema de teorias" do socialismo chinês, e Liu disse que a "elevação do Pensamento a princípio orientador do partido" é de grande significância, de acordo com a Xinhua.
Os antecessores imediatos de Xi, Hu Jintao e Jiang Zemin, tiveram seus conceitos ideológicos incorporados à Constituição, mas não seus nomes.
Zhang, Yu e Liu devem renunciar durante o congresso de uma semana, no qual o partido deve eleger uma nova leva de autoridades de primeiro escalão para servirem sob o comando de Xi.
Xi, de 64 anos, já visto por muitos como o líder chinês mais poderoso desde Mao, consolidou seu poder rapidamente desde que assumiu a liderança do partido em 2012, prendendo rivais por corrupção, reestruturando as Forças Armadas e afirmando o poder crescente da China.
(Por Michael Martina)