Por Yimou Lee
Taipé (Reuters) - A China lançou uma campanha de desinformação que inclui notícias de que a presidente de Taiwan tem um "plano de fuga" no caso de uma invasão chinesa, com o objetivo de minar a moral da liderança taiwanesa enquanto Pequim pressiona a ilha a aceitar sua soberania, disseram autoridades de Taiwan.
Taiwan está em alerta máximo para o que vê como tentativas da China de influenciar a opinião pública na ilha governada democraticamente, inclusive por meio de financiamento ilícito de candidatos amigáveis a Pequim na disputa presidencial do próximo ano, de acordo com relatórios de segurança analisados pela Reuters em junho.
Neste mês, Taiwan realizará seus exercícios militares anuais mais importantes, conhecidos como exercícios de Han Kuang, que incluirão pela primeira vez o fechamento temporário de seu principal aeroporto internacional em uma simulação de repelir inimigos, enquanto a China aumenta a pressão militar sobre o ilha.
Desde maio, notícias que incluem desinformação sobre atividades militares de Taiwan e seu principal aliado, os Estados Unidos, surgiram na mídia estatal chinesa, como parte de uma campanha para influenciar a opinião em Taiwan, segundo várias autoridades de Taiwan com conhecimento direto do assunto.
O Escritório de Assuntos de Taiwan da China não respondeu a um pedido de comentário.
Pelo menos uma dúzia de reportagens disseram que os exercícios de Han Kuang eram de fato um "ensaio de fuga" para a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e exercícios de retirada para cidadãos norte-americanos no caso de uma invasão chinesa, disseram as autoridades, que se recusaram a ser identificadas devido à sensibilidade do assunto.
"Eles querem retratar os exercícios de Han Kuang como um ensaio para um plano de fuga", disse uma das autoridades familiarizadas com o planejamento de segurança de Taiwan, acrescentando que o objetivo de Pequim é criar pânico e enfraquecer a confiança pública na liderança da ilha.