PEQUIM (Reuters) - A China processará o ex-chefe da Interpol Meng Hongwei por corrupção, depois que uma investigação mostrou que ele gastou quantias "extravagantes" de fundos estatais, abusou do poder e se recusou a seguir decisões do Partido Comunista, informou a agência regulatória anticorrupção chinesa, nesta quarta-feira.
No ano passado, a Interpol, organização global de coordenação policial sediada na França, disse que Meng renunciou de sua presidência depois que autoridades francesas disseram que sua esposa comunicou seu desaparecimento depois de uma viagem ao país-natal.
A mulher dele, Grace Meng, disse à televisão francesa no domingo que escreveu pedindo a ajuda do presidente francês, Emmanuel Macron, na véspera de uma visita do presidente chinês, Xi Jinping, que já voltou a Pequim.
Em um comunicado breve, a Comissão Central de Inspeção de Disciplina do Partido Comunista disse que Meng Hongwei se "recusou a aplicar decisões do centro do partido", e que abusou de seu poder para obter ganhos pessoais.
Ele também "gastou fundos estatais caprichosa e abundantemente para satisfazer o estilo de vida luxuriante de sua família", afirmou a entidade.
Meng usou sua posição para ajudar a mulher a conseguir um emprego e recebeu ilegalmente uma "grande quantidade de posses" de outras pessoas em troca de ajuda com promoções, transferências de cargo e "operações da empresa", disse o comunicado, sem dar detalhes.
Ele é suspeito de ter recebido propinas e causar danos sérios à imagem do partido e aos interesses de Estado, e deveria ser tratado com severidade, acrescentou.
Meng foi expulso do partido e seu caso foi encaminhado às autoridades legais para ser processado, disse o comunicado.