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China promete derrotar vírus do "diabo"; países preparam retirada de cidadãos

Publicado 28.01.2020, 17:09
China promete derrotar vírus do "diabo"; países preparam retirada de cidadãos

Por Tony Munroe e Muyu Xu

PEQUIM (Reuters) - O presidente Xi Jinping disse nesta terça-feira que a China está certa de que vai derrotar um coronavírus do "diabo" que matou 106 pessoas, mas o alarme internacional está aumentando à medida que o surto se espalha pelo mundo.

Da França ao Japão, os governos estavam organizando retiradas, enquanto Hong Kong --cenário de distúrbios anti-China por meses-- planeja suspender as ligações ferroviárias e de balsa com o continente.

Os Estados Unidos disseram estar expandindo a triagem de chegadas da China de cinco para 20 aeroportos e o secretário de Saúde, Alex Azar, afirmou que nada está "fora da mesa" em termos de impor restrições adicionais a viagens.

Entre os países que estão retirando cidadãos de Wuhan, cidade do centro da China com 11 milhões de pessoas onde o surto começou, a embaixada dos EUA em Pequim informou que um avião fretado buscará sua equipe consular na quarta-feira. A Comissão Europeia disse que ajudaria a financiar duas aeronaves para levar cidadãos da UE para casa, com 250 franceses partindo no primeiro voo.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e Xi se reuniram em Pequim para discutir como proteger chineses e estrangeiros em áreas afetadas pelo vírus e possíveis alternativas de retiradas, disse um porta-voz da OMS.

"O vírus é um diabo e não podemos deixar o diabo se esconder", declarou Xi à televisão estatal.

"A China fortalecerá a cooperação internacional e saúda a participação da OMS na prevenção do vírus.. A China está confiante em vencer a batalha contra o vírus."

A agência da ONU disse mais tarde que a China concordou que a OMS pode enviar uma equipe de especialistas internacionais "o mais rápido possível" para aumentar o entendimento sobre o vírus e orientar a resposta global.

Os investidores estão preocupados com o impacto da crise na segunda maior economia do mundo, embora as bolsas de valores tenham se recuperado na terça-feira após fortes quedas no dia anterior.

Um surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2002-03 levou a uma queda de 45% na demanda de passageiros aéreos na Ásia. O setor de viagens agora depende mais dos viajantes chineses, e a participação da China na economia global quadruplicou.

O vírus semelhante à gripe se espalhou para o exterior, mas nenhuma das 106 mortes ocorreu fora da China e todas, exceto seis, foram em Wuhan, onde o vírus surgiu no mês passado, provavelmente a partir de animais silvestres comercializados ilegalmente.

No entanto, casos na Alemanha, Vietnã, Taiwan e Japão em que o vírus se espalhou de pessoa para pessoa --em vez de ocorrer através da chegada de um visitante da China-- aumentaram a preocupação. O número de casos confirmados na China subiu para 4.515 até segunda-feira, contra 2.835 no dia anterior, informou o governo.

A China, governada pelo Partido Comunista, está ansiosa para mostrar que é transparente sobre esse surto, depois de inicialmente encobrir a extensão da epidemia de Sars que matou cerca de 800 pessoas em todo o mundo.

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