Por Joseph Ax
(Reuters) - O ex-governador de Nova Jersey Chris Christie lançou formalmente nesta terça-feira sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos em 2024, juntando-se a um crescente campo republicano liderado pelo ex-presidente Donald Trump.
Christie, que atuou como consultor da bem-sucedida campanha de Trump em 2016, desde então se tornou um crítico veemente do ex-presidente por causa das falsas alegações de que a eleição de 2020 foi fraudada. Ele apresentou os documentos declarando sua candidatura e deve anunciar sua candidatura à Casa Branca ainda nesta terça-feira, no Saint Anselm College, em Manchester, New Hampshire.
Um ex-promotor federal, Christie, de 60 anos de idade, tem argumentado que é o único rival em potencial com as habilidades e a vontade de atacar Trump diretamente.
Mas Christie não tem se saído bem nas pesquisas de opinião até agora. Ele obteve apenas 1% de apoio de potenciais eleitores republicanos em uma pesquisa da Reuters/Ipsos em maio, em comparação com o apoio de 49% de Trump e o apoio de 19% do governador da Flórida, Ron DeSantis.
Outros republicanos que buscam desafiar o presidente Joe Biden incluem a ex-embaixadora na ONU Nikki Haley e o senador Tim Scott. O ex-vice-presidente Mike Pence deve entrar oficialmente na disputa na quarta-feira.
Christie concorreu à Presidência em 2016, mas desistiu de sua candidatura após um resultado decepcionante nas primárias de New Hampshire e se tornou a primeira figura importante do partido a apoiar Trump.
Desde então, ele pediu aos republicanos que repudiassem as afirmações de Trump sobre a eleição de 2020 e disse a repórteres que não votaria em Trump em 2024, mesmo que Trump conquiste a indicação.
Essa estratégia pode atrair eleitores republicanos que estão prontos para superar Trump, mas ainda não está claro se algum republicano pode prevalecer sem o apoio da base ainda leal de Trump.
Como azarão, Christie pode acabar desempenhando o papel de spoiler, um termo utilizado para definir a função como a que desempenhou em 2016, quando seus ataques ao senador Marco Rubio em um debate dias antes de Christie desistir da corrida ajudaram a frustrar o bom momento de Rubio na campanha.
Christie emergiu como uma figura nacional pela força de seus dois mandatos entre 2009 e 2017 como governador de Nova Jersey, de tendência democrata, onde sua abordagem de confronto à política lhe rendeu aplausos de admiradores e acusações de bullying de detratores.
Seu mandato foi manchado pelo chamado escândalo "Bridgegate", no qual dois aliados fecharam deliberadamente pistas na ponte George Washington, de tráfego intenso entre Nova Jersey e Nova York para punir um prefeito local por não endossar a reeleição de Christie.
Christie disse que não sabia da trama na época, mas testemunhas em um julgamento criminal dos dois aliados afirmaram que o governador estava ciente do fechamento das pistas.
Apesar de seu apoio inicial a Trump, Christie foi preterido para vice-presidente e procurador-geral e foi demitido do cargo de chefe da equipe de transição de Trump apenas três dias após a eleição de 2016.
(Reportagem de Joseph Axe)