DUBAI (Reuters) - O Irã esvaziou neste sábado mais cidades e vilarejos ameaçados pelas enchentes causadas por fortes chuvas no sudoeste do país, informou a emissora de televisão estatal. Até agora, 70 pessoas já morreram.
Muitos moradores de Susangerd, com população de 50 mil habitantes, e cinco outras comunidades na região rica em petróleo do Cuzistão, foram removidos para a regiões mais seguras enquanto as autoridades retiram água de grandes represas, mostrou a emissora.
“Uma ordem de retirada foi emitida e estamos recomendando que mulheres e crianças deixem a região, mas pedindo que os homens fiquem para nos ajudar com barreiras contra as enchentes, assim podemos manter a água longe dessas cidades”, disse o governador da província, Gholamreza Shariati.
O volume de água que entrou na represa do rio Karkheh foi alto, e as autoridades tiveram que drená-la, pois a represa se aproximava de sua capacidade total”, disse Shariati, acrescentando que a enchente foi a pior dos últimos 70 anos.
Os meteorologistas esperam que as chuvas cessem na segunda-feira, de acordo com a emissora.
Na província vizinha, do Lorestão, sete vilarejos estão ameaçados por deslizamentos de terra e foram esvaziados, informou a TV.
Pelo menos 70 pessoas morreram em decorrência das enchentes, disse à agência de notícias oficial IRNA o chefe dos serviços de emergência no país, Pirhossein Koulivand.
Cerca de 1.900 cidades e vilarejos foram afetados pelas inundações em virtude das chuvas que castigam a região desde 19 de março. As agências de resgate mostram dificuldade em lidar com as enchentes, e 86 mil pessoas tiveram que ir para abrigos de emergência.
O governo disse aos cidadãos, especificamente aos agricultores afetados, que todas as perdas serão reparadas. O orçamento federal iraniano está sob pressão devido às sanções norte-americanas ao setor de energia e bancário, o que prejudicou as exportações de petróleo do país e dificultou a obtenção de receitas no exterior.
O presidente da nação, Hassan Rouhani, cujos críticos acusam de não saber lidar com o desastre, disse na quarta-feira que as sanções prejudicam as ações de resgate.
Enquanto vilarejos continuam debaixo d’água, o governo afirma que deslocou mais unidades médicas móveis para a região. Cerca de mil pessoas foram retiradas de áreas de risco por helicópteros nos últimos dias.
O chefe da Guarda Revolucionária do Irã reiterou que as forças armadas “estão usando seu poder” para minimizar os danos no Cuzistão. Empresas de exploração de petróleo do país e outras companhias do setor de energia também ajudam, usando bombas para remover a água.