Por Steven Scheer
JERUSALÉM (Reuters) - A autoridade israelense que comanda a polícia prometeu nesta terça-feira garantir que investigações eletrônicas em apurações criminais sejam conduzidas conforme o protocolo, após um jornal reportar o uso de uma polêmica ferramenta de hackeamento contra cidadãos do país.
Sem citar fontes, o diário financeiro Calcalist afirmou que a polícia possui o software de espionagem Pegasus, feito pelo grupo israelense NSO - que está hoje em uma lista negra do governo norte-americano - desde 2013.
O jornal disse que a polícia utilizou o Pegasus contra alvos que incluem líderes de protestos contrários ao governo, às vezes sem os mandados judiciais exigidos.
O relatório acrescentou um novo recorte doméstico à pressão global sobre Israel, após alegações de que o Pegasus foi utilizado por clientes de governos estrangeiros para espionar ativistas de direitos humanos, jornalistas e políticos.
Ao responder à reportagem do Calcalist, a polícia de Israel não confirmou ou negou o uso do Pegasus, mas disse em nota que "todas as atividades nesse reino acontecem de acordo com a lei, com base em mandados judiciais e protocolos rígidos de trabalho".
O ministro de Segurança Interna Omer Barlev repetiu a declaração.
"Com isso dito", acrescentou pelo Twitter. "Tenho a intenção de garantir que nenhum atalho será tomado em respeito ao NSO e que todos sejam examinados e explicitamente aprovados por um juiz."
(Reportagem de Steven Scheer e Dan Williams)