Por Maria Ramirez
CIUDAD GUAYANA (Reuters) - A Ciudad Guayana no sudeste da Venezuela viveu o segundo dia de saques e protestos de rua nesta terça-feira, à medida que a instabilidade se intensifica na antes próspera cidade industrial afetada pela falta de alimentos e um surto de malária.
Pelo menos cinco mercados foram saqueados durante a noite, com fontes policiais dizendo que cerca de 20 pessoas foram presas. Venezuelanos revoltados também bloquearam três importantes estradas para exigir medicamentos contra a malária, além de comida, gás de cozinha e peças para veículos.
A turbulência é crescente na Venezuela, membro da Opep, nas últimas semanas, uma vez que o quarto ano consecutivo de recessão e o maior índice mundial de inflação deixam milhões sem comida suficiente.
Erika Garcia, em lágrimas, lembrava como o seu mercado e casa foram saqueados. "Eles roubaram tudo. Eles romperam a tubulação de água, levaram o vaso sanitário, as janelas, as cercas, portas e camas. Tudo. Não nos mataram porque corremos, mas nos bateram", afirmou ela, de 38 anos.
Críticos acusam o presidente do país, Nicolás Maduro, e o Partido Socialista pela situação econômica, afirmando que eles têm insistido com políticas estatizantes fracassadas, enquanto fazem vista grossa para a corrupção.
O governo diz que é vítima de uma "guerra econômica" travada por opositores e potências estrangeiras de direita. O Ministério da Informação não respondeu a um pedido por comentários sobre os saques desta terça.