Por Sara Rossi
MILÃO (Reuters) - Cientistas italianos estão alertando sobre um aumento nos casos de dengue na região central de Marche, no país, já que as altas temperaturas favoreceram a disseminação do vírus.
A doença, transmitida por alguns mosquitos, como o Aedes aegypti, causa muita dor e espasmos nos infectados.
Ásia e América Latina têm milhões de casos a cada ano e dezenas de milhares de mortes. A dengue também está se espalhando pelo sul da Europa, com a Itália registrando 500 casos até agora este ano, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde.
A pequena cidade de Fano registrou mais de 100 casos confirmados desde meados de agosto, 35 dos quais exigiram hospitalização, disseram as autoridades, acrescentando que outros 10 casos suspeitos estão aguardando confirmação.
A grande região norte da Lombardia, ao redor de Milão, foi a mais atingida na Itália no ano passado, com menos de 80 casos.
O país não registrou nenhuma morte este ano, mas os médicos estão preocupados que o quadro possa ser pior do que parece, com muitos casos assintomáticos não sendo notificados.
"A situação está fora de controle, as infecções são pelo menos o dobro (das oficialmente relatadas). Esperemos que o inverno chegue logo", publicou no Facebook (NASDAQ:META) Roberto Burioni, professor de virologia da Universidade San Raffaele, de Milão.
Os cientistas ainda estão tentando entender por que Fano, uma cidade litorânea de 60.000 habitantes na costa do Adriático, foi tão gravemente afetada.
"Felizmente, a área de infecção é muito pequena, porque os mosquitos têm um movimento limitado de 200 metros", disse Flavia Riccardo, gerente de pesquisa do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde.