CAIRO (Reuters) - Combates abalaram diversas cidades no oeste do Sudão nesta quarta-feira, em uma expansão da guerra que já dura quase dois meses no país, e um governador regional foi morto após culpar publicamente a força paramilitar do país pelas mortes de civis.
O conflito entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF, em inglês) paramilitares causou uma crise humanitária em Cartum, assim como nas principais cidades das regiões de Kordofan e Darfur.
A presença cada vez maior dos combates ameaça prolongar a violência e atrair grupos armados -- particularmente aqueles com afiliações tribais -- assim como atores externos.
O governador do Estado de Darfur Ocidental, Khamis Abbakar, foi morto na quarta-feira, segundo um grupo armado que ele comandava, horas depois de acusar o RSF e as milícias aliadas de "genocídio". Nenhum detalhe sobre sua morte estava disponível. Duas fontes do governo disseram que o RSF foi o responsável.
"Civis estão sendo mortos aleatoriamente e em grande número", disse Abbakar ao canal de TV Al-Hadath na quarta-feira, pedindo intervenção internacional.
O RSF não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Ativistas dizem que 1.100 pessoas foram mortas desde o início do conflito, em meados de abril, na cidade mais ocidental de El Geneina, capital de Darfur Ocidental.
(Reportagem de Nafisa Eltahir, no Cairo, Khalid Abdelaziz, em Dubai; reportagem adicional de Adam Makary e Maggie Michael no Cairo)