Por Colin Packham
SYDNEY, Austrália (Reuters) - Cientistas descobriram um buraco negro tão grande que desafia a teoria sobre a maneira como eles crescem. Eles disseram que o fenômeno em questão foi formado cerca de 900 milhões de anos após o Big Bang, a explosão que teria dado início ao universo.
Mas como as medidas indicam que ele é 12 bilhões de vezes maior que o sol, o buraco negro desafia uma hipótese amplamente aceita sobre seu ritmo de expansão.
"Baseado em pesquisas anteriores, este é o maior buraco negro já encontrado para este período de tempo", disse o doutor Fuyan Bian, da Escola de Pesquisa em Astronomia e Astrofísica da Universidade Nacional Australiana (ANU, na sigla em inglês), à Reuters nesta quarta-feira.
"A teoria atual estabelece um limite para quão rápido um buraco negro pode crescer, mas este buraco negro é grande demais para essa teoria."
A criação de buracos negros supermaciços é um tema de pesquisa em aberto, mas durante muito tempo muitos cientistas acreditaram que o ritmo de crescimento destes fenômenos era limitado.
Os buracos negros crescem, sugere a teoria, à medida que absorvem massa. Entretanto, à medida que a massa é absorvida, ela é aquecida e cria pressão radiativa, o que empurra a massa para longe do buraco negro.
"Basicamente, você tem duas forças equilibradas, o que estabelece um limite para o crescimento, e que é muito menor do que o que descobrimos", afirmou Bian.
O buraco negro foi descoberto por uma equipe de cientistas liderada por Xue-Bing Wu, da Universidade de Pequim, na China, como parte da pesquisa espacial Sloan Digital Sky Survey, que forneceu dados de imagens de 35 por cento do céu do hemisfério norte.
A ANU está conduzindo um projeto comparável, conhecido como SkyMapper, para realizar observações do céu do hemisfério sul. Bian espera que mais buracos negros sejam observados à medida que o projeto avançar.