Por Laurie Goering
LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - Enquanto alemães e espanhóis suavam em bicas e os londrinos torravam no dia mais quente de julho da história esta semana, cientistas afirmaram que é "praticamente certo" que a mudança climática está aumentando a probabilidade de tais ondas de calor na Europa.
Em uma análise de dados em tempo real divulgada nesta sexta-feira, uma equipe internacional de cientistas do clima de universidades, serviços de meteorologia e organizações de pesquisa declarou que o tipo de onda de calor que atingiu o continente europeu esta semana –definida como período de três dias de calor excessivo– está se tornando mais frequente na região.
Em De Bilt, na Holanda, por exemplo, uma onda de calor como a que está prevista para os próximos dias é um evento que ocorreria uma vez a cada 30 anos, aproximadamente, nos anos 1900, de acordo com os cientistas. Agora, é provável que acontece a cada três anos e meio, disseram.
Em Mannheim, na Alemanha, uma onda de calor como a dos últimos dias teria acontecido uma vez por século nos anos 1900, mas agora pode se fazer sentir a cada 15 anos, afirmaram.
Londres também teve o dia mais quente de julho já registrado na quarta-feira, quando as temperaturas no Aeroporto de Heathrow chegaram aos 36,7 graus Celsius, enfatizaram os cientistas.
À medida que as ondas de calor se tornam mais frequentes, "fica claro para um público muito mais amplo que isso está ligado à mudança climática e que estamos diante de algo que se tornará normal", disse Maarten van Aalst, diretor do Centro do Clima da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
A análise das ondas de calor, que contemplou cinco cidades europeias, é parte de um programa da Atribuição Climática Mundial, liderada pela Central do Clima, uma organização de jornalismo científico sediada nos Estados Unidos, e apoiada por cientistas de organizações de todo o mundo, incluindo a Universidade de Oxford, a Universidade de Melbourne, o Instituto Real de Meteorologia da Holanda e da Central do Clima de Van Aalst.