Por Dawit Endeshaw
ADIS ABEBA (Reuters) - Cinco pessoas suspeitas de queimar quatro mesquitas na Etiópia foram presas neste sábado, disse um porta-voz regional, em um momento de crescimento da violência étnica que ameaça as reformas políticas iniciadas pelo primeiro-ministro, Abiy Ahmed.
“Cinco pessoas são suspeitas de liderar e organizar os ataques e agora estão presas”, disse Getnet Yirsaw, porta-voz do Estado de Amara, em post no Facebook.
Yirsaw também afirmou que uma igreja na cidade de Motta, 377 quilômetros ao norte da capital Adis Abeba, foi atingida pelos ataques incendiários. Não está clara a responsabilidade pelos atos.
O presidente do conselho da região islâmica de Amara disse que o ataque em Motta foi inesperado e que negócios cujos donos são muçulmanos também foram queimados e vandalizados.
Abiy tenta promover grandes reformas políticas e econômicas que ganharam aclamação internacional, culminando com o Prêmio Nobel da Paz pelo processo de pacificação com a Eritreia. Mas as reformas também aumentaram as tensões étnicas e religiosas, já que caciques locais começaram a lutar por influência e recursos.
O premiê condenou nesse sábado os atos de violência e disse que não permitirá que extremistas prejudiquem a história de tolerância religiosa da nação. Ele pediu que os cidadãos rejeitem o discurso de ódio.