Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - O chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta sexta-feira que a situação na Cisjordânia ocupada por Israel está se deteriorando de forma acentuada e pediu a Israel que redefina suas políticas e cumpra a lei internacional.
A violência tem aumentado na Cisjordânia, onde os militares israelenses vêm realizando operações regulares há mais de um ano, levando a repetidos confrontos com combatentes palestinos. Colonos israelenses também estiveram envolvidos em embates.
"A violência desta semana na Cisjordânia ocupada corre o risco de sair de controle, fomentada por uma retórica política estridente e uma escalada no uso de armamento militar avançado por Israel", disse Volker Turk por meio de um porta-voz em um briefing da ONU em Genebra.
Ele se referiu aos ataques aéreos com helicópteros no campo de refugiados de Jenin na segunda-feira, chamando-os de "grande intensificação do uso de armamento mais geralmente associado à condução de hostilidades armadas, ao invés de uma situação de segurança".
Os helicópteros foram convocados enquanto as tropas travavam um longo tiroteio que matou sete palestinos, incluindo dois menores de idade.
"Israel precisa redefinir urgentemente suas políticas e ações na Cisjordânia de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo a proteção e o respeito ao direito à vida", disse ele.
Israel ocupou a Cisjordânia, que os palestinos consideram o centro de um Estado independente, na guerra de 1967 no Oriente Médio. As negociações por um Estado, patrocinadas pelos Estados Unidos, estão travadas desde 2014, enquanto Israel mantém o domínio militar sobre milhões de palestinos e continua a expandir os assentamentos judaicos.
A missão de Israel em Genebra disse que Israel está "bem ciente de sua responsabilidade sob a lei internacional e age de acordo com suas obrigações internacionais em todos os momentos".