(Reuters) - O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, garantiu nesta terça-feira confiar na segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, após o anúncio de que forças da segurança pública serão utilizadas nas arenas esportivas no lugar de agentes privados.
"Temos total confiança de que serão Jogos seguros e que o mundo inteiro se sentirá seguro, como aconteceu na Copa do Mundo", disse o dirigente em entrevista coletiva em Brasília, onde se reuniu com a presidente Dilma Rousseff.
O Ministério do Esporte anunciou na segunda-feira, primeiro dia da visita do COI ao Rio nesta semana, que a chamada "segurança patrimonial" passará a ser de responsabilidade pública.
A segurança patrimonial inclui a proteção do interior de arenas e dos esportistas, além da vistoria de torcedores com raio X e detector de metal na entrada das arenas. Originalmente, essa segurança seria realizada por uma empresa privada contratada, enquanto as forças públicas ficariam responsáveis pela proteção da cidade.
Nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, a empresa particular contratada para fazer a segurança do evento sofreu problemas financeiros às vésperas da Olimpíada, o que forçou o governo a convocar militares de última hora para realizarem o serviço.
Ao lado do presidente do COI na entrevista em Brasília, o ministro do Esporte, George Hilton, destacou que o governo federal vai "trabalhar não só nos equipamentos esportivos e geração de energia, mas na segurança fora e patrimonial" da Olimpíada. "Não temos por que nos preocupar. Todo o sistema de inteligência funcionou bem na Copa do Mundo", declarou.
De modo geral, o presidente do COI elogiou os preparativos do Rio para a Olimpíada e destacou o comprometimento dos governos federal, estadual e municipal, antes motivo de preocupação da entidade.
Bach disse ainda que todos os brasileiros poderão participar do evento, mesmo aqueles que não têm condições de comprar um ingresso.
"Estou confiante de que teremos grandes Jogos no ano que vem e que não só todos os brasileiros, mas todos os sul-americanos e todo o mundo possam participar...há muitos eventos, como maratonas, triatlo, remo, com acesso grátis para que possam celebrar o espírito olímpico", afirmou.
O presidente do COI convidou Dilma para visitar a cidade grega de Olímpia, onde a chama olímpica é acesa, e preferiu não comentar as recentes mudanças no governo, como a troca do ministro Aldo Rebelo por Hilton no início do ano e a saída do general Fernando Azevedo e Silva da Autoridade Pública Olímpica (APO).
"O COI não tem que interferir, o importante que é há um claro comprometimento com a organização dos Jogos", disse.
(Por Tatiana Ramil, em São Paulo) 2015-02-24T221021Z_1006920001_LYNXMPEB1N0YB_RTROPTP_1_ESPORTES-OLIMP-JOGOS-SEGURANCA.JPG