BOGOTÁ (Reuters) - O governo da Colômbia pediu na quarta-feira a uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU) incumbida de supervisionar a desmobilização de rebeldes das Farc que mantenha neutralidade, após a divulgação de um vídeo que mostrou funcionários da ONU dançando com rebeldes durante a celebração do Ano Novo.
Rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão começando o processo de desmobilização que vai encerrar mais de cinco décadas de guerra, após a assinatura de um acordo de paz com o governo do presidente Juan Manuel Santos.
A missão da ONU confiscará todas as armas das Farc e administrará mais de duas dúzias de campos de desmobilização.
Em uma carta pública, Maria Emma Mejia, embaixadora da Colômbia na ONU, disse que a conduta mostrada no vídeo, que foi divulgado nesta semana pela imprensa nacional e internacional, foi fonte de “grande preocupação e surpresa”.
“Esse tipo de comportamento distorce o profissionalismo e a neutralidade que deveriam caracterizar, a todo momento, a equipe que é parte do mecanismo tripartite para monitorar e verificar o cessar-fogo e o definitivo abandono das armas”, disse a carta.
A ONU deve assegurar que o incidente não se repita, acrescenta a carta, a fim de não colocar em risco a confiança pública na organização multinacional.
A ONU disse que as ações dos funcionários mostradas no vídeo, que resultaram em críticas ao acordo de paz nas redes sociais por parte de oponentes de direita, foram inapropriadas e que vai adotar medidas para evitar que seu profissionalismo seja questionado.
As Farc disseram que a reação ao vídeo é exagerada.“Vamos deixar para trás o ódio e entrar em paz e reconciliação”, disse o líder das Farc, Rodrigo Londoño, mais conhecido como Timochenko, pelo Twitter na quarta-feira.
A ONU tem atualmente 280 observadores trabalhando como parte da missão de desmobilização.
(Por Luis Jaime Acosta e Julia Symmes Cobb)