BOGOTÁ (Reuters) - A Colômbia concedeu nesta quinta-feira a 440 mil imigrantes venezuelanos permissão para permanecerem no país por dois anos com acesso aos serviços sociais num momento em que centenas de milhares fogem de uma crise econômica devastadora na vizinha Venezuela.
O decreto assinado pelo presidente Juan Manuel Santos contempla 442.462 venezuelanos sem vistos, passaportes carimbados ou outras autorizações para morar na Colômbia que se registraram em um censo recente.
A Colômbia tem recebido a maior parte da migração da Venezuela, onde a hiperinflação, a escassez de alimentos e remédios e o crime obrigaram muitos a abandonar seus lares.
As estimativas de quantos venezuelanos deixaram seu país-natal durante os governos do ex-presidente Hugo Chávez e do atual líder Nicolás Maduro variam muito – alguns oponentes e acadêmicos calculam o número em 4 milhões, mas Maduro insiste se tratar de um exagero.
Maduro disse que a nação é vítima de uma "guerra econômica" liderada por líderes opositores com ajuda de Washington, mas seus críticos dizem que os problemas resultam dos controles estatais sobre a moeda e os preços, além da produção declinante de petróleo.
A Colômbia pediu aos venezuelanos que se registrassem no censo se não tivessem vistos de trabalhou ou turismo, dupla cidadania ou algum outro tipo de permissão formal para permanecerem para poder avaliar a necessidade de oferecer serviços sociais.
"Continuaremos a apoiar os venezuelanos e os colombianos que retornam, como fizemos até este momento", disse Santos em um comunicado. "Este é um marco internacional nas questões migratórias".
(Por Julia Symmes Cobb)