Por Oliver Griffin
BOGOTÁ (Reuters) - A Colômbia foi o país mais letal para ativistas de direitos de terras em 2019, com uma disparada nos assassinatos de defensores ambientais no país, de acordo com uma relatório publicado pelo grupo Global Witness nesta quarta-feira.
O relatório informa que 64 ativistas de direitos de terras foram mortos na Colômbia no ano passado – em 2018 foram 25 –, o nível mais alto já registrado pelo Global Witness na nação.
Globalmente, 212 mortes de defensores ambientais e de terras foram registradas em 2019, o número mais alto em um único ano, mas a Global Witness alertou que a cifra real provavelmente é muito maior, já que muitos casos não são registrados.
Embora a violência em geral tenha recuado na Colômbia desde um acordo de paz firmado entre os rebeldes das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo em 2016, as chamados "lideranças sociais" continuam sendo ameaçadas, atacadas e mortas – e muitos destes casos não são solucionados.
Centenas de líderes sociais foram assassinados desde que o acordo foi assinado, mas as contas variam muito. No início deste mês, 94 parlamentares dos Estados Unidos assinaram uma carta repudiando os assassinatos.
Os defensores ambientais colombianos temem ameaças e ataques, disse Angelica Ortiz, que mora na província desértica de La Guajira e é secretária-geral do grupo indígena Associação de Mulheres Wayuu.
"As ameaças e a intimidação são muito sérias", disse.
A comunidade wayuu de La Guajira está envolvida em disputas de longa data com a mineradora de carvão Cerrejón por causa do uso da água, da poluição, do pó, do barulho e de questões de saúde.
A Global Witness descobriu que um defensor ambiental foi morto em La Guajira em 2019. Na província colombiana de Cauca, 24 defensores de terra foram assassinados, o número mais alto do ano passado.