BOGOTÁ (Reuters) - Doadores internacionais têm sido significativamente menos generosos no apoio a imigrantes venezuelanos do que a outros grupos de refugiados pelo mundo, disse o ministro das Relações Exteriores da Colômbia nesta terça-feira, reiterando um pedido por mais auxílio humanitário para a atual crise no país.
A Colômbia tem carregado o peso da imigração em massa de sua vizinha Venezuela, afundada em uma crise política e econômica que causou uma longa escassez de alimentos e medicamentos.
Mais de 1,4 milhões de venezuelanos fugiram para a Colômbia nos últimos anos, sobrecarregando os serviços de saúde, educação e pressionando a demanda por alimentação e moradia.
A Organização das Nações Unidas pediu doações globais de 315 milhões de dólares em 2019 para ajudar a Colômbia a lidar com a onda de imigração. Mas até semana passada, o país havia recebido apenas 30% da verba, disse o ministro das Relações Exteriores Carlos Holmes Trujillo em nota.
"A Comunidade Internacional tem sido muito mais generosa em outros casos", disse Trujillo, que se reuniu com representantes da ONU nesta terça-feira. "Somos agradecidos pela cooperação que recebemos, mas como o número de imigrantes continua crescendo, também crescerá a demanda por serviços e recursos".
Os fundos recebidos representam cerca de 68 dólares por imigrante, disse o ministro, comparando a média de entre 500 e 900 dólares doados por pessoa que fugiu de crises na Síria, no Sudão do Sul e em Myanmar.
Falando à Reuters no final de semana, o diretor da agência de refugiados da ONU Filippo Grandi disse que a Venezuela era "um dos apelos humanitários mais subfinanciados do mundo, e uma das maiores crises".
(Reportagem de Julia Symmes Cobb)