Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - As forças de segurança da Colômbia continuarão sua ofensiva contra traficantes de drogas e grupos armados ilegais, mesmo com o presidente Gustavo Petro pressionando pela "paz total" no país andino, disse o ministro da Defesa, Iván Velásquez, à Reuters.
Petro, que assumiu em agosto como o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, esboçou planos para avançar em negociações com grupos guerrilheiros como o Exército de Libertação Nacional (ELN) e duas facções dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que rejeitam um acordo de paz de 2016 com o governo.
Traficantes de drogas e gangues criminosas envolvidas na produção e tráfico de cocaína poderiam receber benefícios como redução de penas de prisão ao se submeterem à justiça, compartilharem detalhes sobre rotas de tráfico e entregarem suas fortunas.
"As forças armadas e a polícia nacional continuam mantendo sua presença e operações, não houve movimentos em contrário", disse Velásquez à Reuters em entrevista no fim de semana.
Membros de grupos armados ilegais enfrentarão consequências legais se não cumprirem as condições do plano de "paz total" do governo depois de se inscreverem, disse Velásquez.
O conflito armado na Colômbia, que já dura quase seis décadas, deixou pelo menos 450.000 mortos. Todos os grupos armados envolvidos no conflito estão ligados ao tráfico de drogas, segundo fontes de segurança e do governo.
“Só porque os narcotraficantes dizem que vão aderir ao processo de paz não significa que vamos deixar de realizar as ações necessárias para reprimir o narcotráfico”, afirmou Velásquez.
Se os traficantes de drogas aderirem ao acordo de paz, os militares colombianos ocuparão imediatamente seus territórios para impedir que outros grupos os substituam, segundo Velásquez.
"Não podemos deixar espaços vazios, não podemos deixar territórios aos caprichos da ocupação de novos atores", disse.
O governo da Colômbia também está trabalhando em um plano para que agricultores erradiquem voluntariamente os cultivos de coca – o principal ingrediente da cocaína – em novos cultivos, além de investimentos em infraestrutura, educação e saúde.
Os Estados Unidos continuarão sendo o principal aliado da Colômbia na luta contra o narcotráfico, disse Velásquez.