Por Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, lançou no sábado sua campanha para vencer um referendo em outubro sobre a reforma constitucional, apostando seu futuro político em uma tentativa de dar à Itália governos estáveis.
Pesquisas de opinião recentes sugerem que o eleitorado vai rejeitar sua proposta para agilizar o sistema parlamentar e retirar regiões da Itália de alguns dos seus poderes de decisão.
O primeiro ministro, de 41 anos, disse que deixará o cargo caso perca, uma aposta que poderia dar início a uma nova era de caos político e reavivar a turbulência na terceira maior economia da zona do euro.
"Queremos deixar claro que essa reforma não é apenas sobre uma pessoa, mas é uma reforma que dará à Itália um pouco de esperança para o futuro", disse Renzi em discurso a apoiadores na cidade de Bergamo, ao norte do país.
A reforma, aprovada no mês passado depois de quase dois anos de debates, transforma o Senado em órgão de representação regional, restringindo fortemente suas capacidades de veto na legislação.
A atual Constituição da Itália concede os mesmos poderes legislativos à Câmara dos Deputados e ao Senado, uma medida que surgiu para evitar a concentração do poder, mas que, com os anos, acabou se transformando em um obstáculo político no país. Segundo os críticos à essa composição, esse é um dos motivos pelos quais a Itália teve 63 governos desde a Segunda Guerra Mundial, nenhum deles forte o suficiente para durar um mandato inteiro de cinco anos.
(Reportagem de Crispian Balmer)