Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Prejudicado por uma maioria parlamentar frágil, o novo governo de coalizão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi empossado nesta quinta-feira em meio a reclamações dentro de seu partido Likud por causa de cargos ministeriais.
A cerimônia ocorrida à noite foi atrasada em duas horas para que Netanyahu pudesse fazer a divisão dos ministérios restantes para o Likud, após outros cargos terem sido designados para seus quatro partidos aliados. Alguns comentaristas israelenses chamaram a manobra de "ridícula".
A coalizão com os partidos conservador, de extrema direita e ultraortodoxo detém 61 dos 120 assentos parlamentares, tornando difícil para que Netanyahu, em seu quarto mandato, consiga aprovar políticas controversas ou até mesmo sobreviver a votações de confiança.
Alguns problemas externos também são esperados. As possibilidades de resolver as conversas de paz com os palestinos, apoiadas pelos Estados Unidos, são pequenas, ao passo que Netanyahu está irritado com Washington por causa de negociações nucleares com Irã. Diplomatas ocidentais têm criticado legislações nacionalistas promovidas por alguns membros da coalizão.
Apenas alguns segundos após começar seu discurso de posse, ao prometer que iria "salvaguardar segurança e trabalhar pela paz", Netanyahu foi interrompido por gargalhadas de membros da oposição. Mas parlamentares da coalizão conseguiram aprovar o novo governo, por 61 votos a 59, e assim permitiram a efetivação à meia-noite.
Netanyahu reteve quatro gabinetes ministeriais para ele, ao custo de ter deixado de fora importantes aliados do Likud. Isso gerou especulação de que ele está segurando os ministérios para Isaac Herzog, chefe da oposição de centro-esquerda, caso eles eventualmente unam forças com o governo em prol de uma "unidade nacional".
"Estou deixando a porta aberta para ampliar o governo", disse Netanyahu em seu discurso. "O país precisa disso."
(Reportagem adicional de Ali Sawafta, em Ramallah)