Por James Oliphant e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O debate entre candidatos a vice-presidente dos Estado Unidos na quarta-feira ganhou um novo significado, talvez sem precedentes, agora que a saúde do presidente Donald Trump virou tema central da eleição norte-americana que ocorrerá em menos de um mês.
O confronto do vice-presidente Mike Pence contra a senadora Kamala Harris, companheira de chapa do democrata Joe Biden, na quarta-feira, em Salt Lake City, acontecerá no momento em que a campanha de Trump continua sofrendo com os efeitos de um surto de Covid-19 que infectou o presidente republicano e várias pessoas de seu círculo.
A pressão sobre Pence, que geralmente fica na sombra de Trump, é grande. Trump está atrás de Biden por 10 pontos percentuais nacionalmente, de acordo com uma nova pesquisa da Reuters/Ipsos, com os eleitores culpando o que consideraram descuido do presidente sobre os perigos do novo coronavírus.
Pence precisa mostrar ao público que está pronto para assumir a Presidência se a situação exigir, e também defender a forma como o governo Trump está lidando com uma crise de saúde que já dura 7 meses e matou mais de 210.000 norte-americanos.
Por sua vez, Harris, que em grande parte das últimas semanas ficou fora dos holofotes enquanto Biden intensificava as viagens de campanha, precisa demonstrar aos eleitores que ela também pode assumir a Presidência, se necessário, em algum momento do mandato de Biden, de 77 anos, caso os democratas saiam vencedores em 3 de novembro.
Tradicionalmente, o debate vice-presidencial é acompanhado por menos eleitores e visto como quase irrelevante em termos de mudança de opinião pública.
“Este debate é diferente”, disse Christopher Devine, especialista em vice-presidência da Universidade de Dayton. "Algumas pessoas podem estar preocupadas com Mike Pence e com o desempenho dele se solicitado. E há dúvidas sobre a capacidade de Joe Biden de se manter saudável."
(Reportagem adicional de Michael Martina e Jarrett Renshaw)