BEIRUTE (Reuters) - Um comandante do Hezbollah morreu durante uma missão no Iraque, relataram fontes familiarizadas com o incidente nesta quarta-feira, indicando que o grupo libanês, já envolvido em combates na guerra civil da Síria, pode estar às voltas com um segundo conflito na região.
O Hezbollah, grupo islâmico xiita apoiado pelo Irã, jamais comunicou qualquer papel no conflito no Iraque, que recrudesceu no mês passado, quando militantes sunitas radicais ocuparam grandes porções de território do governo de liderança xiita em Bagdá.
Quatro fontes no Líbano apontaram o comandante do Hezbollah como Ibrahim al-Haj, um especialista técnico envolvido em treinamento. Elas disseram que ele foi "martirizado" em uma batalha perto de Mosul, cidade do norte iraquiano tomada do controle governamental em junho por uma dissidência da Al Qaeda atualmente conhecida como Estado Islâmico.
Seu enterro foi realizado nesta quarta-feira no vilarejo de Qilya, no Vale do Bekaa. Uma autoridade do Hezbollah contatada pela Reuters não quis fazer comentários.
A mobilização do Hezbollah na Síria tem ajudado o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, a se firmar no poder restabelecendo o controle de um corredor territorial estratégico que segue para o norte a partir da capital Damasco. O grupo diz estar lutando na Síria contra a ameaça representada pelos militantes sunitas radicais.
Assad é aliado dos iranianos e membro da seita alauíta, uma ramificação do islamismo xiita. Teerã também tem laços antigos com os políticos xiitas do Iraque.
O Hezbollah foi fundado no início dos anos 1980 com ajuda do Irã e lutou para expulsar forças israelenses que ocuparam o sul do Líbano até 2000. O grupo mais poderoso do Líbano também guerreou com Israel em 2006.
(Por Laila Bassam)