Por Michelle Nichols e David Ljunggren
HATAY, Turquia (Reuters) - As Forças Democráticas Sírias (SDF, na sigla em inglês), apoiadas pelos Estados Unidos, afirmaram nesta quinta-feira que a ameaça de uma nova ofensiva turca no norte da Síria poderia criar uma crise humanitária e prejudicar sua campanha contra o Estado Islâmico.
O comandante das SDF, Mazloum Abdi, pediu que todas as partes "evitem novas tragédias e apoiem a desintensificação", alertando que um novo ataque pode provocar ainda mais deslocamentos no conflito sírio, que já dura 11 anos.
A Turquia, que realizou quatro operações no norte da Síria desde 2016, prometeu uma nova ofensiva contra a milícia curda YPG, a ponta de lança das SDF que controla porções de território na fronteira com os turcos.
Embora a Turquia enxergue as forças lideradas pelos curdos na Síria como terroristas e como ameaça de segurança nacional, os Estados Unidos vêem na SDF um aliado que ajudou a expulsar o Estado Islâmico em grandes áreas da Síria.
A Turquia é uma das várias potências envolvidas na guerra na Síria, onde a Rússia apoia o atual governo.
A Rússia, expressando sua apreensão, afirmou que espera que a Turquia "se abstenha de ações que possam levar a uma perigosa deterioração da já difícil situação na Síria".
Uma porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores disse à agência de notícias Interfax que se Ancara iniciar um ataque, isso irá representar uma violação direta da soberania e da integridade territorial da Síria, e pode provocar uma escalada nas tensões.