BENGHAZI, Líbia/GENEBRA (Reuters) - O Estado Islâmico se envolveu em batalhas separadas com forças leais ao governo oficial da Líbia e com um grupo rival nesta quarta-feira, e a violência crescente ameaça tornar irrelevantes os esforços de paz mediados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A Líbia está mergulhada no caos enquanto dois governos e parlamentos disputam o poder. Ainda, o Estado Islâmico e outros grupos armados exploram o vácuo de segurança quatro anos após a deposição do autocrata Muammar Gaddafi.
A ONU reuniu as principais facções em guerra em Genebra nesta semana. Elas concordaram nesta quarta-feira em encerrar a crise dentro de semanas, declarou a ONU em comunicado.
Mas a diplomacia foi escanteada por novos enfrentamentos. Helicópteros de combatentes leais ao gabinete reconhecido internacionalmente, sediado no leste líbio, bombardearam posições do Estado Islâmico na cidade de Sirte, no centro do país, disse o porta-voz da Força Aérea, Ali al-Hassi.
Imagens publicadas nas redes sociais também mostraram forças do governo oficial, apoiadas por moradores armados, disparando tiros de artilharia contra militantes do Estado Islâmico nos arredores da cidade de Derna, no leste.
O grupo radical lançou uma ofensiva nesta semana para retomar a cidade depois de ser expulso do local por uma facção islâmica adversária.
O governo oficial da Líbia vem atuando no leste desde que perdeu Trípoli um ano atrás para um grupo rival que estabeleceu sua própria administração na capital, e suas forças também têm combatido islâmicos em Benghazi.
Na terça-feira, o enviado especial da ONU, Bernardino Leon, pediu às partes que concordem com um governo de unidade até o fim de agosto e ratifiquem isso com uma votação em setembro.
(Por Ayman al Warfalli e Stephanie Nebehay, com reportagem adicional de Ulf Laessing e Cecile Mantovani)